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Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia: conheça os desafios e orgulho das conquistas LGBTQIA+ nas universidades

Foto de Markus Spiske no Pexels

A data tem como objetivo coordenar eventos internacionais que aumentem a conscientização sobre as violações dos direitos LGBTQIA

A luta contra o preconceito e inclusão é urgente no Brasil, considerado um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Além dos altos índices de violência e preconceito, pessoas trans e travestis ainda enfrentam o desafio de ocupar vagas no ensino superior. De acordo com estudos, apenas 0,1% deste público está no ensino superior. Neste dia 17 de maio, é comemorado o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. A data tem como objetivo coordenar eventos internacionais que aumentem a conscientização sobre as violações dos direitos LGBTQIA+ e estimulem o interesse pelo trabalho pelos direitos LGBTQIA+ em todo o mundo.

Ocupar uma universidade é um passo para combater o preconceito e principalmente, incluir as pessoas no mercado de trabalho. Em 2018, o Governo Federal autorizou o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica e no ensino superior.

Em Pernambuco, o Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), foi uma das pioneiras do ensino superior privado a adotar o nome social dos seus alunos. Segundo a líder do Campus Boa Vista da UNIFG, Simone Ventura, a instituição tem obrigação de acolher o/a aluno/a LGBTQIA+ e orientar seus colaboradores para combater todos os tipos de preconceito. “É preciso orientar seus colaboradores, professores e alunos sobre o que é ser um homem ou mulher trans, falar sobre o que é a transfobia, abordar essas temáticas nas diversas áreas da instituição, nas aulas. Tornar comum o acesso a esse tema e principalmente o acesso da pessoa trans à universidade. Se eu enquanto instituição de ensino faço separação de pessoas e coloco no meu plano educacional o que pode e o que não pode, estou desenvolvendo uma cultura de preconceito. A universidade tem o papel fundamental de compreender, de estudar mais sobre o assunto para entender o universo desse/a aluno/a trans que está chegando à instituição e consequentemente respeitar a individualidade”.

Danilo Nathan é estudante do curso de Publicidade e Propaganda e chegou no UNIFG através de indicação de amigos. Como homem trans, para ele, usar o nome social dentro do ensino superior, é um símbolo da luta diária. “O Nome Social é tudo. É um símbolo da nossa luta. Passamos por um processo muito árduo de autoaceitação e eu poder dizer “Eu sou Danilo” dentro de uma instituição de ensino superior, é uma conquista. É o desabrochar da nossa personalidade e confiança para o mercado de trabalho”.

O estudante ainda fala sobre a importância da visibilidade trans, que pode abrir caminhos de políticas públicas e soluções mais concretas. O principal é o acolhimento que a visibilidade pode proporcionar. Existem milhões de pessoas trans, que de alguma forma estão sendo caladas, sendo obrigadas a se adequar aos padrões sociais que são aceitos. E a Visibilidade dá essa voz. Elas podem sim caber em qualquer lugar. Ter esse tipo de visibilidade nos lugares, nas mídias, é saber que essas pautas que tanto nos doem, vão ser colocadas em cheque. E isso pode nos abrir novos caminhos de políticas públicas, novas soluções que possam ser boas para toda comunidade LGBTQIA +”.

E não é somente no ensino superior que pessoas trans enfrentam dificuldades. O mercado de trabalho ainda continua muito segregado quando se trata de pessoas LGBTQIA+, principalmente mulheres trans e travestis, que hoje no Brasil, segundo dados do Antra, chega a 90% de mulheres trans e travestis vivendo na prostituição como única fonte de renda.

Simone ressalta que com a inserção de mulheres e homens trans no ensino superior é sinônimo de esperança. “Quando a gente fala de homens e mulheres trans, o acesso ao ensino superior cai. Não se vê pessoas trans ocupando cargos mais altos. O cenário vem mudando aos poucos, mas ainda vivemos em um mundo muito preconceituoso. A sociedade coloca essas pessoas à margem. Quando trago esse público para dentro do ensino superior, eu estou dando dignidade a essa pessoa. Mostrando que ela/e merece estar na sociedade, ocupar uma vaga de emprego. Quando a pessoa está inserida no ensino superior, você está dando esperança”.

Colaboração-Stephanie Männicke

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Evandro Lira

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