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Enem 2021: taxa de inscrição deve ser paga até segunda-feira

Os estudantes que se inscreveram para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm até segunda-feira (19) para pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 85. Na quinta-feira (15), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que 4.004.764 pessoas estavam inscritas. O prazo de cadastramento terminou na última quarta-feira (14).

O número final de candidatos habilitados a realizarem o exame pode cair ainda mais se o pagamento da taxa de inscrição não for feito. Sem essa validação, a inscrição não é concluída.

O número de inscritos é o menor desde o Enem 2007, quando 3,57 milhões de participantes se inscreveram. Também é o menor desde que a prova adotou o formato atual, em 2009.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse ao G1, durante visita a Fernando de Noronha na sexta-feira, que o exame de 2020 teve 50% de faltas por causa de problemas com a imprensa.

“Nós tivemos cinco milhões e poucos inscritos no ano passado. Tivemos 50% de abstenção por conta da mídia, que só falava de doença”, declarou. Além disso, quem conseguiu isenção em um ano e faltou não consegue isenção no outro.

A quantidade de inscritos também é 34% menor do que no ano passado: em 2020, 6,1 milhões de pessoas se inscreveram no exame, e 5,8 milhões confirmaram a inscrição. Mais de 50% dos inscritos confirmados, entretanto, não fizeram a prova.

Neste ano, diferentemente da edição anterior do Enem, as versões impressa e digital serão aplicadas nas mesmas datas (21 e 28 de novembro) e terão perguntas iguais. O Enem digital será exclusivo para quem já concluiu o ensino médio ou está concluindo essa etapa em 2021.

Dos inscritos, 3.903.664 deverão fazer a versão impressa. A versão digital teve as 101.100 vagas ofertadas preenchidas.

Enem será mais uma vez excludente, diz especialista

 

Para Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo da organização Todos Pela Educação, o baixo número de inscritos tem diversos motivos. Um deles é o fechamento das escolas durante a pandemia.

“Acho que é reflexo fundamentalmente de duas questões: a primeira é a perda do vínculo com a educação e com os próprios estudos em função de um ensino remoto de baixíssima efetividade e com alcance limitado”, apontou Nogueira Filho.

 

“E o segundo [motivo] é que é reflexo da necessidade de busca de renda por parte de muitos desses jovens”, completa.

Outro ponto que contribuiu para queda, diz o especialista, são as regras para obter isenção da taxa de inscrição – que preveem que, se um aluno que pede a isenção da taxa não comparece ao exame, ele não tem direito a recebê-la no ano seguinte.

Por causa da pandemia, entretanto, mais da metade dos participantes não compareceu às provas de 2020. Para conceder novamente o benefício da isenção aos alunos que faltaram no ano passado, o Ministério da Educação (MEC) aceitava motivos como morte na família ou problemas de saúde – mas não o medo de contágio pela Covid-19.

Ou seja: quem deixou de fazer a prova porque não queria se expor a aglomerações perdeu o direito à isenção nesta edição.

“Isso impacta, claro. Ainda mais quando a gente volta pro quadro de que metade dos jovens de 15 a 29 anos tiveram impacto na sua renda familiar. A crise econômica tem afetado muito [os] jovens e naturalmente eh a taxa [de inscrição] incide”, afirma Nogueira Filho, do Todos Pela Educação.

 

O especialista diz que a inação do governo federal contribuiu para o cenário.

“Nós estamos diante de um Enem que prejudicará os mais pobres – em função da pandemia, do ensino remoto [que] foi menos efetivo para os jovens mais pobres de maneira mais forte”, afirma.

“Quando o governo não toma, por exemplo, uma decisão de rever a regra da isenção da taxa, é essa inação. O governo não enxerga o problema em termos um Enem que prejudica os jovens mais pobres, não parece estar incomodado com o fato de a gente ter, pelo segundo ano consecutivo, um Enem excludente”, diz Nogueira Filho.

 

A postura, diz, é “diametralmente oposta à ideia de uma de um país mais justo” e que precisa enfrentar desigualdades.

“Eu acho que, se fosse um governo de fato comprometido com a educação, com a ideia de que a educação é o grande vetor de transformação individual e coletiva de um país, a pergunta ‘o que fazer pra mitigar esse cenário?’ deveria tirar o sono do ministro da Educação. E não parece ser esse o caso. Não se tomou ações pra atenuá-lo – pelo contrário, permanecemos com uma regra que era evidente que resultaria num cenário como esse”, avalia.

Disciplinas e horários

 

Como nos últimos anos, o Enem será aplicado em dois domingos.

21 de novembro

 

O candidato deverá fazer:

  1. 45 questões de linguagens;
  2. 45 questões de ciências humanas
  3. uma redação.

 

28 de novembro

 

A prova tem meia hora a menos para o candidato responder a:

  • 45 questões de matemática
  • 45 questões de ciências da natureza.

 

Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília):

 

  • Abertura dos portões: 12h
  • Fechamento dos portões: 13h
  • Início das provas: 13h30
  • Término das provas no 1º dia: 19h
  • Término das provas no 2º dia: 18h30

 

Regras de prevenção à Covid-19

 

Será obrigatório que os candidatos usem máscara durante a prova para reduzir o risco de contaminação por Covid-19.

No edital, também há a determinação para o uso de álcool em gel na higienização das mãos.

De acordo com o edital do Exame, não seguir os protocolos de prevenção à Covid-19 é considerado critério de eliminação.

Fonte: G1

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Evandro Lira

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