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Moradores do Conjunto Beira-Mar vivem com medo após desabamento: Querem se mudar o quanto antes

 

Prédio no Conjunto Beira-Mar, onde um edifício desabou no bairro do Janga, em Paulista, na Grande Recife. — Foto: Reprodução/TV Globo

Após tragédia que deixou 14 mortos, moradores temem por suas vidas e buscam alternativas

Moradores do Conjunto Beira-Mar, em Paulista, no Grande Recife, querem se mudar o quanto antes por causa do medo de que novos desastres aconteçam no local. Foi nesse habitacional do bairro do Janga que parte de um prédio desabou na sexta-feira (7). A tragédia deixou 14 mortos e 7 feridos.

“Não estou dormindo direito, nem eu nem minha família. Porque já aconteceu isso aí; e a gente está com medo [de] que aconteça a mesma coisa com a gente”, afirmou à TV Globo o supervisor de segurança Eudo Luna, que mora há duas décadas no local.

 

Três anos atrás, uma fissura começou a aparecer na cozinha do apartamento de Eudo. Com o tempo, ela cresceu até se estender de cima a baixo, pegando toda a parede. Ele, que mora no imóvel com a esposa e o filho, está angustiado.

“Eu quero me retirar, mas não tenho condições. Eu quero que venham aqui olhar para a gente. Para a gente não ser um número. Antes que aconteça o que aconteceu com nossos amigos”, disse Eudo.

O Conjunto Beira-Mar tem 1.711 apartamentos, divididos em 37 prédios, dos quais 29 são do tipo “caixão”, como era o bloco D7, que desabou parcialmente. Os outros 8 têm estrutura de pilotis, como se chama o conjunto de colunas que sustentam a construção, deixando o pavimento térreo livre.

Desde sexta-feira (7), quando aconteceu o desabamento (veja vídeo abaixo), seis prédios do tipo “caixão” foram interditados pela Defesa Civil de Paulista no Conjunto Beira-Mar. O edifício onde Eudo mora com a família não foi um deles.
Esses imóveis desocupados têm quatro andares, cada. Os apartamentos são idênticos aos que caíram: 60 metros quadrados divididos entre sala, cozinha, dois quartos e banheiro.

A aposentada Maria de Lourdes da Silva morou no Conjunto Beira-Mar por 36 anos. Ela contou que, mesmo com a insistência das filhas para que se mudasse, preferia ficar no habitacional por ser apegada ao imóvel.

Após o desabamento, porém, Maria decidiu se mudar. “Agora não tem mais jeito, agora tem que ir. É uma dor que todo mundo sente”, afirmou.

No corredor da casa dela, há uma parede fofa por causa de uma infiltração. “Eu tinha medo[de] que ele caísse”, declarou a aposentada.

Medo em Olinda também

As pessoas que vivem em um edifício localizado em Olinda também convivem com o medo de desastres. O imóvel foi condenado pelo risco de desabamento e desocupado pelos donos, mas acabou sendo ocupado novamente por pessoas que não têm onde morar.

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Evandro Lira

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