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Pesquisadores da UFPE criam nariz eletrônico que detecta droga pelo cheiro e pode ser usado no lugar de cão farejador

Um nariz eletrônico capaz de detectar amostras de drogas ilícitas pelo cheiro foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A ideia é que o dispositivo seja usado em aeroportos e fronteiras para identificar se há entorpecentes em bolsas ou sacolas. Ele pode ser usado no lugar de cães farejadores.

O estudo analisou amostras de maconha apreendidas pela Polícia Federal em Pernambuco (PF), além de cigarros e de um “pseudonarcótico” da maconha que é utilizado no treinamento dos cães farejadores. O trabalho foi publicado na revista Instrumentation Science & Technology.

De acordo com o pesquisador e cientista da computação Lucas Sampaio Leite, o dispositivo portátil e de baixo custo é composto de uma matriz de sensores baseados em semicondutores de óxido metálico.

Foram utilizados métodos de reconhecimento de padrões para criação de bibliotecas do perfil das amostras e implementada uma arquitetura baseada na internet das coisas (IoT).

Com isso, durante a utilização, os resultados podem ser integrados e visualizados remotamente em tempo real.

“Ele tem uma matriz de sensores dentro de uma caixa. Se a gente aproximar a substância, vai ter uma variação elétrica nesses sensores. Pelo padrão dessa variação, a gente detecta qual substância ele está cheirando”, explicou.

No atual sistema, é preciso que o equipamento esteja a poucos centímetros da droga. Segundo Lucas, a ideia é que ele seja aperfeiçoado e acoplado a drones e consiga identificar drogas a alguns metros.

“A gente pode utilizar alguns métodos de amostragem, de forma a sugar o ar do ambiente a alguns metros e realizar a análise em um ambiente controlado dentro do próprio dispositivo. A ideia é que ele sobrevoe os aeroportos, as fronteiras e consiga detectar o odor do que está acontecendo. Das malas, mas das pessoas que estejam transitando também”.

 

O dispositivo também tem uma abordagem sem reagente e que não destrói a amostra, permitindo uma reanálise muitas vezes é necessária nas ciências forenses.

Outra possibilidade, segundo o pesquisador, é a utilização do equipamento para o controle de alimentos e também para detectar a Covid-19 a partir da comparação dos odores de um infectado e de uma pessoa sem a doença.

“Ele pode ser adaptado para a detecção de Covid-19 e outras doenças, além de alimentos, porque mostra o perfil do odor que está entrando em contato com a matriz de sensores”, observou.

O trabalho é uma alternativa ao uso de cães farejadores, que possuem fatores subjetivos que podem influenciar na detecção precisa das substâncias ilícitas, como idade, trauma, medicação e fatores ambientais.

“O olfato deles pode ser afetado por condições ambientais, pela utilização de medicação ou a própria questão do treinamento”, frisou Lucas Sampaio.

Fonte: G1 PE

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Evandro Lira

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