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Pesquisadores da UFPE criam nariz eletrônico que detecta droga pelo cheiro e pode ser usado no lugar de cão farejador

1 set 2021|Postado em:Notícias

Um nariz eletrônico capaz de detectar amostras de drogas ilícitas pelo cheiro foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A ideia é que o dispositivo seja usado em aeroportos e fronteiras para identificar se há entorpecentes em bolsas ou sacolas. Ele pode ser usado no lugar de cães farejadores.

O estudo analisou amostras de maconha apreendidas pela Polícia Federal em Pernambuco (PF), além de cigarros e de um “pseudonarcótico” da maconha que é utilizado no treinamento dos cães farejadores. O trabalho foi publicado na revista Instrumentation Science & Technology.

De acordo com o pesquisador e cientista da computação Lucas Sampaio Leite, o dispositivo portátil e de baixo custo é composto de uma matriz de sensores baseados em semicondutores de óxido metálico.

Foram utilizados métodos de reconhecimento de padrões para criação de bibliotecas do perfil das amostras e implementada uma arquitetura baseada na internet das coisas (IoT).

Com isso, durante a utilização, os resultados podem ser integrados e visualizados remotamente em tempo real.

“Ele tem uma matriz de sensores dentro de uma caixa. Se a gente aproximar a substância, vai ter uma variação elétrica nesses sensores. Pelo padrão dessa variação, a gente detecta qual substância ele está cheirando”, explicou.

No atual sistema, é preciso que o equipamento esteja a poucos centímetros da droga. Segundo Lucas, a ideia é que ele seja aperfeiçoado e acoplado a drones e consiga identificar drogas a alguns metros.

“A gente pode utilizar alguns métodos de amostragem, de forma a sugar o ar do ambiente a alguns metros e realizar a análise em um ambiente controlado dentro do próprio dispositivo. A ideia é que ele sobrevoe os aeroportos, as fronteiras e consiga detectar o odor do que está acontecendo. Das malas, mas das pessoas que estejam transitando também”.

 

O dispositivo também tem uma abordagem sem reagente e que não destrói a amostra, permitindo uma reanálise muitas vezes é necessária nas ciências forenses.

Outra possibilidade, segundo o pesquisador, é a utilização do equipamento para o controle de alimentos e também para detectar a Covid-19 a partir da comparação dos odores de um infectado e de uma pessoa sem a doença.

“Ele pode ser adaptado para a detecção de Covid-19 e outras doenças, além de alimentos, porque mostra o perfil do odor que está entrando em contato com a matriz de sensores”, observou.

O trabalho é uma alternativa ao uso de cães farejadores, que possuem fatores subjetivos que podem influenciar na detecção precisa das substâncias ilícitas, como idade, trauma, medicação e fatores ambientais.

“O olfato deles pode ser afetado por condições ambientais, pela utilização de medicação ou a própria questão do treinamento”, frisou Lucas Sampaio.

Fonte: G1 PE

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