Morador de Kiev, capital da Ucrânia, o recifense Gabriel Melo, de 31 anos, conseguiu deixar o país, que foi invadido pela Rússia. A pé, ele cruzou, às 13h40 (pelo horário de Brasília) deste domingo (27), a fronteira da província de Chernivtsi, no sudoeste ucraniano, com a cidade de Suceava, na Romênia (veja vídeo).
Gabriel Melo contou que, ao apresentar os documentos na imigração, ouviu uma brincadeira que fez relação entre sua nacionalidade e o principal jogador de futebol do Brasil na atualidade e atleta do Paris Saint-Germain, da França. “Ouvi o cara da imigração perguntando: Neymar, o que você está fazendo aqui?“, contou o recifense.
O recifense publicou vídeos, nas redes sociais, mostrando a saga para sair do país. Em um deles, uma amiga de Gabriel aparece comemorando, após conseguir deixar a Ucrânia, que está sendo atacada pela Rússia desde a quinta (24).
Há quase três anos morando no país ucraniano, Gabriel relatou que, ao longo do caminho para cruzar a fronteira, se deparou com cenas de solidariedade.
“Os ucranianos da região distribuíam pão com linguiça e queijo, além de chá quente para aquecer as pessoas. Sem palavras para descrever esse povo“, declarou.
A meta, agora, do pernambucano e das amigas é seguir de carro até Viena, capital da Áustria. “A viagem deve demorar cerca de 13 horas”, disse.
Anteriormente, o plano de Gabriel era cruzar a fronteira com a Eslováquia, mas precisou mudar a estratégia, porque a pessoa que deu carona não poderia cruzar a fronteira desse país.
“É mais longe ir para a Eslováquia. Como o rapaz não iria atravessar a fronteira de carro e ele é um homem ucraniano em idade militar, poderia se prejudicar, na volta, com o toque de recolher. Então, optamos pela viagem mais curta”, contou o pernambucano.
O pernambucano, que trabalha como gerente de desenvolvimento de negócios e mora no Centro de Kiev, conseguiu deixar a cidade e, após mais de 13 horas em um trem, se hospedou em um hotel na cidade de Ivano-Frankivs’k, no oeste ucraniano.
De Ivano-Frankivs’k, ele pegou um carro e terminou, a pé, a travessia da fronteira com a Romênia. A caminhada foi necessária, segundo Gabriel, por causa do trânsito que estava muito lento.
Fonte: g1 PE
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