Em menos de um mês, quatro trans foram vítimas de crimes brutais no Estado. Mulher queimada viva continua entubada no Hospital da Restauração.
Mal tinham se passado dois dias desde o caso anterior mais recente, e a violência atinge a quarta mulher trans em menos de um mês em Pernambuco.
Depois de uma travesti queimada viva e outras duas assassinadas, desta vez a vítima foi Fabiana da Silva Lucas, de 30 anos. Ela foi morta a facadas nesta quarta-feira (7), em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste. O crime será investigado pela delegada Erica Fonseca, da 21ª Delegacia de Homicídios de Santa Cruz do Capibaribe.
Ainda nesta quarta, por meio de nota, a secretária estadual da Mulher, Ana Elisa Sobreira, informou que está acompanhando “pessoalmente” os casos das vítimas Kalyndra, morta no Recife no dia 18 de junho; Roberta, que teve 40% do corpo queimado no dia 24; Crismilly Pérola, baleada no último domingo; e, agora, Fabiana.
O texto ressalta ainda que, desde a agressão brutal sofrida por Roberta, foi criado, com outros órgãos estaduais e municipais, um Comitê de Prevenção e Enfrentamento da Violência LGBTfóbica.
“As instituições que compõem o comitê estão trabalhando de forma integrada para capacitar, assessorar, mobilizar e criar ações, em articulação com os municípios, oferencendo prevenção, acolhimento às vítimas e punição aos agressores”, afirma a nota.
Entre os órgãos integrantes, estão as secretarias estaduais da Mulher, Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e Educação e Esportes, além da Coordenadoria LGBT de Pernambuco, Secretaria da Mulher do Recife, Saúde da População LGBT de Jaboatão e Centro de Combate à Homofobia.
Casa de acolhimento no Recife
Além disso, a Prefeitura do Recife anunciou a descentralização dos serviços voltados à população LGBTQIA+ por meio de uma Estação da Diversidade, que levará os atendimentos da rede de proteção aos bairros da cidade. Também foi autorizado o edital para a implantação de uma Casa de Acolhida LGBTI+, para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Segundo a Prefeitura, o espaço será destinado, especialmente, a pessoas trans e travestis. O edital de chamamento público convocará empresas e Organizações Sociais (OSs) interessadas em viabilizar uma casa de acolhimento municipal.
Já a Estação da Diversidade é uma iniciativa itinerante nos bairros, passando em cada local por semana, sempre das 14h às 17h. Entre as primeiras localidades contempladas, estão Várzea, Ibura, Dois Unidos e Casa Amarela, mas os territórios estão sendo definidos pelas equipes responsáveis da Gerência da Livre Orientação Sexual (Glos) e das secretarias de Assistência Social, Mulher, Juventude e Políticas sobre Drogas.
“Nossa demanda é nos manter vivas”
Articuladora política da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE), Janaína Falcão diz que a instituição, que promove projetos de empregabilidade para esse público e hoje atende 200 pessoas, costuma receber denúncias pelas redes sociais.
“Nossa principal demanda hoje é nos mantermos vivas e garantirmos nossa segurança. Estamos há 13 anos na ativa e queremos saber por que ainda é difícil, para muita gente, entender que as pessoas trans são cidadãs com direitos”, comenta.
Vítima da violência no dia 24 de junho, Roberta Nascimento, 33, que teve 40% do corpo queimado no Centro do Recife, segue internada no Hospital da Restauração. Ela continua em estado grave e entubada na UTI.
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