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Governo e Recife anunciam comitê, casa de acolhimento e serviço itinerante para LGBTs

8 jul 2021|Postado em:RECIFE

 

Centro LGBT do Recife terá serviços levados aos bairros da cidade – Foto: Irandi Souza/PCR Imagem

Em menos de um mês, quatro trans foram vítimas de crimes brutais no Estado. Mulher queimada viva continua entubada no Hospital da Restauração.

Mal tinham se passado dois dias desde o caso anterior mais recente, e a violência atinge a quarta mulher trans em menos de um mês em Pernambuco.

Depois de uma travesti queimada viva e outras duas assassinadas, desta vez a vítima foi Fabiana da Silva Lucas, de 30 anos. Ela foi morta a facadas nesta quarta-feira (7), em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste. O crime será investigado pela delegada Erica Fonseca, da 21ª Delegacia de Homicídios de Santa Cruz do Capibaribe.

Ainda nesta quarta, por meio de nota, a secretária estadual da Mulher, Ana Elisa Sobreira, informou que está acompanhando “pessoalmente” os casos das vítimas Kalyndra, morta no Recife no dia 18 de junho; Roberta, que teve 40% do corpo queimado no dia 24; Crismilly Pérola, baleada no último domingo; e, agora, Fabiana.

O texto ressalta ainda que, desde a agressão brutal sofrida por Roberta, foi criado, com outros órgãos estaduais e municipais, um Comitê de Prevenção e Enfrentamento da Violência LGBTfóbica.

“As instituições que compõem o comitê estão trabalhando de forma integrada para capacitar, assessorar, mobilizar e criar ações, em articulação com os municípios, oferencendo prevenção, acolhimento às vítimas e punição aos agressores”, afirma a nota.

Entre os órgãos integrantes, estão as secretarias estaduais da Mulher, Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e Educação e Esportes, além da Coordenadoria LGBT de Pernambuco, Secretaria da Mulher do Recife, Saúde da População LGBT de Jaboatão e Centro de Combate à Homofobia.

Casa de acolhimento no Recife

Além disso, a Prefeitura do Recife anunciou a descentralização dos serviços voltados à população LGBTQIA+ por meio de uma Estação da Diversidade, que levará os atendimentos da rede de proteção aos bairros da cidade. Também foi autorizado o edital para a implantação de uma Casa de Acolhida LGBTI+, para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Segundo a Prefeitura, o espaço será destinado, especialmente, a pessoas trans e travestis. O edital de chamamento público convocará empresas e Organizações Sociais (OSs) interessadas em viabilizar uma casa de acolhimento municipal.

Já a Estação da Diversidade é uma iniciativa itinerante nos bairros, passando em cada local por semana, sempre das 14h às 17h. Entre as primeiras localidades contempladas, estão Várzea, Ibura, Dois Unidos e Casa Amarela, mas os territórios estão sendo definidos pelas equipes responsáveis da Gerência da Livre Orientação Sexual (Glos) e das secretarias de Assistência Social, Mulher, Juventude e Políticas sobre Drogas.

“Nossa demanda é nos manter vivas”

Articuladora política da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE), Janaína Falcão diz que a instituição, que promove projetos de empregabilidade para esse público e hoje atende 200 pessoas, costuma receber denúncias pelas redes sociais.

“Nossa principal demanda hoje é nos mantermos vivas e garantirmos nossa segurança. Estamos há 13 anos na ativa e queremos saber por que ainda é difícil, para muita gente, entender que as pessoas trans são cidadãs com direitos”, comenta.

Vítima da violência no dia 24 de junho, Roberta Nascimento, 33, que teve 40% do corpo queimado no Centro do Recife, segue internada no Hospital da Restauração. Ela continua em estado grave e entubada na UTI.

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