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Consumo de ovos no Brasil: crescimento e dificuldades de produção

30 abr 2022|Postado em:Notícias

 

Consumo de ovos no Brasil: crescimento e dificuldades de produção

Em 2007, o consumo médio era de apenas 120 ovos por pessoa, já em 2022 subiu para 262, de acordo com a Abpa – Foto: Pixabay

Em 2007, o consumo médio era de apenas 120 ovos por pessoa, já em 2022 subiu para 262, de acordo com a Abpa

Inflação com níveis nunca vistos, alimentos com preços em constante crescimento, incluindo as carnes. Esses são alguns motivos para que os brasileiros consumam, ainda mais, os ovos no seu dia a dia. Alimento principal na mesa de muitos, o ovo vem aumentando, em média, 10% ao ano há 14 anos. Em 2007, o consumo médio era de apenas 120 ovos por pessoa, já em 2022 esse consumo subiu para 262, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa).

Em Pernambuco, o consumo per capita de ovos era de 300 em 2021. Este ano, houve um aumento considerável na quantidade, porém, também houve uma redução de alojamento e a produção de ovos diminuiu, sendo assim, menos produtos estão sendo ofertados, de acordo com a Associação Avícola de Pernambuco (Avipe). No país, a produção (em bilhões de unidades) em 2022 é de 56.200.

Dificuldades de produção

Conforme a alta demanda de ovos entre os brasileiros, os custos de produção também aumentaram.

“Desde o início da pandemia os preços de milho e soja aumentaram demais, passando o saco do milho de R$ 40 para R$108 e a soja de R$ 1.400 para R$ 3.100 a tonelada. Esses insumos representam 70% dos custos da ração. Portanto, o setor de postura já convive com margens negativas há 17 meses, obrigando o setor a fazer descartes no plantel e assim adequando a produção à nova realidade de consumo. Nesse ano nós ficamos obrigados a reduzir o plantel em todo o Brasil porque não estávamos conseguindo pagar os custos”, destacou o vice-presidente da Avipe, Lula Malta.

A exportação é um grande desafio para a cadeia produtiva. “Com a globalização nós passamos a competir não só aqui no Nordeste. Quando veio a exportação de milho e soja, nós pagamos o preço em dólar, mas quando vendemos o produto é em real. Toda a nossa cadeia produtiva está vinculada à exportação, devido a esses custos. Quando se começa a vender muito milho e soja para o exterior isso afeta bastante o setor produtivo nosso”, pontuou Lula. Segundo a Abpa, a exportação (em toneladas) de ovos no país passou de 6.250 em 2020 para 10.200 em 2022.

De acordo com Lula, o ovo é um alimento completo e com o passar dos anos, o consumo foi crescendo gradativamente.

“O setor de ovos vem crescendo muito desde 2007, porque antes existia o preconceito que o ovo fazia mal. Então a partir das recomendações médica e nutricional esse tabu foi quebrado. Ele é um alimento muito completo, então a população foi aderindo ao consumo e veio esse crescimento acima do normal ficando muito próximo ao Canadá, aos Estados Unidos e à Europa. O ovo só perde para o leite materno e é acessível com várias maneiras de preparo. Com isso, vem a facilidade e a rapidez do seu preparo”, pontuou Malta.

 

Inflação e o consumo de ovos 

 

A inflação oficial do Brasil, um dos maiores motivos da substituição na mesa dos brasileiros, teve a sua prévia divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), subiu 1,73% em abril, a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%). O número também é a maior variação para um mês de abril em 27 anos, desde 1995, quando o índice foi de 1,95%.

Na pesquisa, o setor de alimentação e bebidas teve alta de 2,25% e impacto de 0,47 p.p. O setor teve o segundo maior aumento nos dados de abril.

De acordo com o conselheiro do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos de Pernambuco (Ceape) e do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE), Rafael Ramos, com as significativas restrições orçamentárias, também vêm as substituições ou até mesmo o corte definitivo de certos alimentos.

“Em momentos difíceis como esses em relação a questão do preço, passamos por restrições significativas. A gente tem a inflação basicamente generalizada, muito focada também na alimentação e a partir do momento que a gente tem uma inflação de alimentos, as famílias passam a buscar substitutos”, disse o economista.

“Tradicionalmente o substituto de proteínas mais caras, como a carne vermelha, carne branca, o peixe, acaba sendo o ovo, que é capaz de substituir a carne como um complemento em um prato de comida, em um almoço e é muito mais barato. As pessoas recorrem a essa substituição porque o orçamento não está dando mais para que ele compre aqueles produtos que ele comprava antes da inflação”, acrescentou.

Divulgação/ Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa)

 

 

Fonte: Folha de Pernambuco

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