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Estudante da UFPE cria site que aproxima pessoas que estão passando fome e doadores de comida

11 fev 2022|Postado em:Notícias, RECIFE

Um estudante do Recife uniu tecnologia e solidariedade para ajudar as pessoas desassistidas. Aluno de ciência da computação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rafael Leão, de 27 anos, usou o conhecimento para criar um site e aproximar quem tem fome de quem quer doar alimentos. Uma ideia que precisa do reforço de voluntários para dar certo (veja vídeo).

O site criado por ele conecta as pessoas que podem doar alimentos, os projetos que fazem a distribuição e quem tem fome. Ele entrou no ar há uma semana e meia e tem 45 endereços marcados.

No mapa, na bola de cor laranja, aparece a localização de quem precisa receber o alimento. Na cor azul, estão os projetos que recebem as cestas básicas e a comida pra doar.

A bola vermelha mostra os pontos onde é feita a entrega dos alimentos, com o dia e a hora. O verde marca endereços como feiras livres e restaurantes que podem evitar o desperdício doando alimentos que ainda estão bons para o consumo, mas iriam para o lixo.

Ele explica que o sucesso da ferramenta depende da solidariedade das pessoas. “Tem alimento que, muitas vezes, tem que desperdiçar, que não foi consumido. E aí precisam de pessoas voluntárias para ir ao local buscar e destinar para quem tem fome. A pessoa vai ao mapa, marca que tem alimento perto de se perder e que precisa de pessoas para buscar”, detalhou.

Já tem gente torcendo para que a tecnologia do bem não demore a dar resultados. “A gente é humilde, mora em comunidade e nem todo mundo percebe a gente, não quer saber se a gente está bem, como foi o dia, se a gente se alimentou, se tem comida. Ninguém se preocupa com isso. O que ele está fazendo é muito importante mesmo”, afirmou Anita Maria da Silva, de 53 anos.

Cozinheira de mão cheia, Anita adoeceu e perdeu o emprego durante a pandemia — Foto: Reprodução/TV Globo

Cozinheira, ela adoeceu e perdeu o emprego durante a pandemia e sabe bem o que é ter dificuldade para conseguir alimento.

Atualmente, trabalha como catadora e vive do material reciclável que recolhe nas ruas do bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife. É catar e vender e para poder comprar a comida do dia.

Às 9h30 ela ainda não tinha se alimentado. E o expediente só termina quando ela consegue encher o carrinho de material. Anita nunca viu tanta gente com dificuldade para colocar comida na mesa como agora.

“Aí eu compro um quilo de sobrecoxa de frango, um pacote de fubá para a noite, um pacote de macarrão, e aí vou para casa e ajeito para os meus filhos e meus netos. Somos sete pessoas”, contou.

Situação na casa de Luciana Wanderley da Costa ficou complicada depois que marido perdeu o emprego — Foto: Reprodução/TV Globo

O café da manhã da faxineira Luciana Wanderley da Costa, duas netas e o marido foi cuscuz. No armário, pacotes abertos de poucos mantimentos. Na geladeira, quase nada: tempero e um pedaço de carcaça de frango. A família vive da ajuda do governo federal, o Auxílio Brasil, de R$ 400 reais por mês.

“Desde o tempo que o meu marido ficou desempregado, tem que se virar nos 30. Ir atrás de qualquer coisa. Eu faço faxina, pesco aqui na maré e o que a gente pega a gente tira para comer e tira para vender”, contou.

Do outro lado da cidade, no UFPE, Rafael não ficou imune ao sofrimento de tanta gente que não tem o que comer.

“A gente voltou a estar no mapa da fome, com 19.1 milhões de brasileiros com fome grave. A gente precisa de tecnologias do bem para dar passos para resolver isso. Posso usar o conhecimento para a solidariedade, para contribuir com tecnologia e enfrentar esse problema”, afirmou.

Fonte: g1 PE

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