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Pernambuco reconhece 85 patrimônios vivos da cultura popular

10 out 2022|Postado em:Notícias

 

O Maracatu é uma das expressões culturais presentes no Estado de Pernambuco – Sandra Barros – Prefeitura Municipal de Olinda

Através de lei estadual, mestres e mestras, além de grupos, recebem uma concessão para valorizar e preservar saberes

Pernambuco foi o primeiro estado a implantar de maneira efetiva uma política de registro das tradições culturais populares e de valorização dos detentores dos conhecimentos tradicionais. Através da lei estadual nº 12.196, de 02 de maio de 2002, ficou instituída a concessão do título de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco.

Atualmente, o estado possui 85 patrimônios vivos registrados, de diferentes regiões. São homens, mulheres ou grupos que mantêm tradições centradas na oralidade. Além disso, constroem redes de compartilhamento e aprendizado por meio da valorização dos conhecimentos, histórias e vivências, em contextos específicos das comunidades. Assim, é preservada a grande diversidade de bens culturais aos quais se vinculam. Dentre os patrimônios vivos do estado, estão nomes como Lia de Itamaracá, considerada a mais célebre cirandeira do Brasil; o Homem da Meia Noite, que há 90 anos arrasta multidões pelo sítio histórico de Olinda; Mãe Beth de Oxum, percussionista, juremeira e ativista cultural; e o Samba de Véio da Ilha de Massangano, segmento de cultura popular e coco de roda, da cidade de Petrolina, cujo reconhecimento aconteceu este ano, como explica Francisco das Chagas Sales, produtor do grupo.

“Depois de várias participações, finalmente houve esse reconhecimento da cultura aqui, desse cantinho de lá no final do estado. É uma política do governo que visa garantir que a cultura popular não entre em decadência e os grupos mantenham a sua subsistência”, destaca.

Edição 2022

Neste ano, além do Samba Véio da Ilha de Massangano, Pernambuco elegeu outros nove novos patrimônios vivos. São eles: Mãe Dora, Tata Raminho de Oxossi, Banda de Pífano Folclore Verde, Cavalo Marinho Boi Pintado, Mestre Calú, Mágico Alakazan, Associação grupo cultural Heroínas de Tejucupapo, Cambinda Velha e o escritor Leonardo Dantas Silva.

A cerimônia de diplomação aconteceu no mês de agosto, no teatro Santa Isabel, e foi preenchida por discursos de reconhecimento e valorização da cultura popular.

A parteira Mãe Dora foi uma das pessoas que se emocionou na hora da homenagem.

“Aqui do lado dos meus parentes, do lado da minha família que me inscreveu nesse patrimônio, quero agradecer também aos jurados, que confiam no meu trabalho. Aqui, minha irmã está sempre ao meu lado. É tudo pra mim na minha vida”, afirmou.

Pensão

Os artistas e grupos contemplados pelo título de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco passam a receber uma pensão vitalícia. Atualmente, a bolsa para pessoa física é de R$ 2.041,53 e para pessoa jurídica são R$ 4.083,10.

“Essa pensão vitalícia garante as atividades dos grupos e, finalmente, manter as suas ações para as suas comunidades e trazer também, para perto da gente, as ações da Fundarpe [Fundação de Cultura de Pernambuco]. Então, é de vital importância para que a cultura de Pernambuco seja mantida”, ressalta Francisco das Chagas.

Como contrapartida, esses mestres e símbolos da nossa cultura popular participam de programas de ensino e de aprendizagem dos seus conhecimentos e técnicas organizados pela Secretaria de Cultura do Estado. Assim, é garantido que os saberes de um povo não se extingam e se perpetuem nas gerações seguintes.

 

 

Fonte: Brasil de Fato

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