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Jardim Botânico do Recife categoriza espécies ameaçadas de extinção ou que podem entrar na lista em breve

25 nov 2020|Postado em:RECIFE

Fotos: Ana Letícia Ribeiro 

Pau-brasil, sucupira e coquinho são algumas das plantas que os visitantes podem conhecer durante caminhada ecológica pelo espaço de lazer e contemplação de Mata Atlântica no Recife

O Jardim Botânico do Recife (JBR), localizado no bairro do Curado, é uma área de proteção ambiental inserida em um dos poucos espaços remanescentes de Mata Atlântica no Brasil. O equipamento, ligado à Prefeitura do Recife, dispõe de três coleções científicas destinadas ao estudo de, no total, 489 espécies catalogadas e registradas. Mas, outras plantas podem ser encontradas floresta afora, incluindo algumas consideradas ameaçadas de extinção.

A equipe do JBR busca identificar, analisar e classificar as vegetações, seguindo o modelo proposto pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), uma organização destinada à proteção ambiental. No equipamento ambiental, podem ser encontradas 18 espécies, o que corresponde a 35% das ocorridas em Pernambuco. Entre elas estão as orquídeas Cattleya Iabiata e a Cattleya granulosa, que, assim como as outras espécies ameaçadas, são sinalizadas com uma fita vermelha.

Segundo Jefferson Maciel, doutor em Biologia Vegetal e analista do JBR, a UICN atribui três níveis de categorização para definir se uma espécie está ou não em extinção: a pouco preocupante, quando a planta pode ser encontrada em diferentes regiões; a quase ameaçada, que, apesar de ainda existir em certa quantidade, já gera preocupação; e a extinta, que se divide em extintas da natureza, quando não são encontradas nas florestas, mas estão em zoológicos, jardins ou outras áreas, e as completamente extintas, as que não podem ser encontradas em nenhum lugar.

Entre as espécies categorizadas até o momento está a que deu o nome ao nosso país: o pau-brasil (Paubrasilia echinata), da família Fabaceae. Segundo Ladivânia Nascimento, doutora em Botânica e analista do JBR, a planta possui fácil germinação e é constantemente doada para os jardins de escolas e inserida  na arborização da cidade. Sobre suas características, “o pau-brasil tem uma floração e uma arquitetura que chama a atenção, podendo chegar a 30 metros de altura. Quando consegue atingir o auge de seu desenvolvimento fora da floresta, fica uma árvore harmoniosa. Sempre quando há chuvas, oferece um cheiro maravilhoso, atraindo muitas abelhas que se alimentam do pólen dessa espécie”, destaca.

O pau-brasil é uma das espécies ameaçadas que ainda pode ser encontrada em alguns lugares. Existe uma população em São Lourenço em área protegida da estação ecológica do Tapacurá onde se pode encontrar indivíduos com mais de 30 metros de altura. A espécie tem lento crescimento e precisa estar sempre exposta ao sol e em matas fechadas.

A sucupira (Bowdichia virgilioides), que também é da família Fabaceae, se destaca pelas suas flores roxas, característica que não é comum em árvores da mata e, também dá nome a um bairro de Jaboatão dos Guararpes, região metropolitana do Recife. Suas sementes servem de alimentação para a fauna e a planta também é conhecida pelo lento crescimento e pela sensibilidade. Segundo a analista do Jardim Botânico, Ladivânia Nascimento, a semente dessa espécie apresenta dormência, o que dificulta o processo germinativo. Quando produzida em viveiro, a dificuldade está relacionada a uma doença específica no caule da plântula, uma necrose que causa tombamento.

Outra espécie que ainda pode entrar na lista de ameaçadas, em breve, é o Coquinho (Bactris ferruginea) da família das Arecaceae. Para Ladivânia Nascimento, sua diminuição está diretamente ligada a fatores bióticos e abióticos, dentre eles, a mudança de temperatura e o excesso de visitação. “Quando você tem um decréscimo da fauna, você tem o decréscimo de algumas espécies, porque há uma relação de necessidade mútua. Tudo está conectado e existe uma interdependência”, explica a analista.

Preservar espécies ameaçadas de extinção é fundamental para garantir sua permanência no meio ambiente. Por isso, o Jardim Botânico do Recife limita a entrada dos visitantes em determinadas áreas. “É preciso que as pessoas entendam, porque nós fazemos parte dessa biodiversidade e todos os animais que estão aqui também. É um conjunto”, complementa Ladivânia.

O Jardim Botânico do Recife funciona de terça a domingo, das 09h às 15h, com entrada gratuita. O equipamento ambiental segue todas as recomendações das medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus.

ASCOM

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