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Maracatus lutam para sobreviver no segundo ano sem festas de carnaval por causa da pandemia

27 fev 2022|Postado em:RECIFE

Por causa da pandemia, pelo segundo ano consecutivo, as festas de carnaval foram proibidas em Pernambuco. O governo vetou qualquer evento entre a sexta (25) e a terça (1º), em espaço abertos e fechados. Diante disso, os maracatus, símbolos da tradição da folia no estado, lutam para sobreviver (veja vídeo).

Em Pernambuco, há 96 grupos de maracatu rural. Com a crise imposta pelo novo coronavírus, eles tentam manter, ao menos, pequenas atividades. A ideia é estimular os brincantes para não deixar ninguém desistir.

“A sede é o coração. Você tem que fazer isso aqui pulsar todo dia. A sede ela não pode fechar. A sede tem que movimentar”, declara o presidente da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, Manoelzinho Salustiano.

Sem ter como sair e levar o batuque contagiante as cores para as ruas, o negócio, em 2022, é esperar o avanço da vacinação e a melhora da pandemia. Tudo isso, pensando em 2023.

“Na hora em que você disser assim: vai ter carnaval, tenha a certeza que vai ser um maracatu mais bonito que o outro”, acrescentou.

Para quem vive dessa tradição, a situação é cada vez mais complicada. O presidente do Maracatu Cambinda Estrela de Itaquitinga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, Moisés Soares, o que não pode é desistir.

“Existe uma dificuldade enorme, porque a gente tira do bolso, pede ajuda a um, pede ajuda a outro e dessa forma que a gente vem fazendo a cada dia”, afirma. Na cidade, os pequenos encontros se tornaram possíveis com o avanço da vacinação.

Mesmo com a precariedade, o figurino mostra a força de uma tradição que começou nos canaviais. É que o trabalhador rural economia o ano inteiro para fazer a fantasia de caboclo de lança. Cada um tentar fazer a melhor roupa. Nessa competição, a tradição e o suor se transformam em espetáculo.

Com a pandemia, a costureiras e bordadeiras buscam estímulos para manter a arte. Para não deixar a tradição morrer, uma oficina de estandartes forma novos artesãos.

Esses estandartes são símbolos de grande valor para essa manifestação cultural pernambucana. “Um estandarte é como se fosse a bandeira de um país. Qualquer agremiação carnavalesca tem que ter um estandarte porque senão ninguém vai identificar”, afirma Manoelzinho Salustiano.

O Maracatu Leãozinho de Itaquitinga tinha um estandarte com 11 anos de uso. Depois da reforma, ficou mais bonito. Waldelis Pedro Félix, que se aposentou pilotando uma carregadeira, borda o estandarte com pedrarias. “Eu nunca tinha feito isso não. Estou orgulhoso desse trabalho bonito”, disse.

Thiago Fernandes da Silva é canavieiro e estava acostumado a trabalhar com outras ferramentas, como facão, foice e enxada. Ele nunca imaginou que iria trabalhar com estandartes.

“Enquanto eu permanecer nesse brinquedo, eu faço. Quero continuar trabalhando com estandartes”, conta.

 Fonte: g1 PE
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