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Um novo significado em debate para o Bairro do Recife

12 jun 2021|Postado em:RECIFE

 

Um novo significado em debate para o Bairro do Recife

Bairro do Recife, região central da Capital pernambucana – Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Com a pandemia do novo coronavírus, o cenário histórico da capital pernambucana passou por um esvaziamento. Soluções para revitalizar o local estão sendo planejadas

Há quase duas décadas, dona Maria Barbosa da Silva, 46 anos, vende tapioca no Bairro do Recife, no Centro da cidade. A ideia surgiu durante um Carnaval em meados dos anos 2000 de forma despretensiosa e desde então ela não parou mais. Foi com a comercialização dessa comida amada por muitos nordestinos que ela criou as quatro filhas. No entanto, o que sempre lhe causou alegria e satisfação, no último ano se tornou motivo de preocupação. Com o avanço da pandemia do coronavírus, dona Maria viu seus clientes sumirem. Se antes ela chegava a vender de 100 a 130 tapiocas em um só dia, atualmente, há dias que esse número não chega a 20.

Apesar das dificuldades, ela conta que nunca pensou em abandonar seu ofício. “O que me motiva a continuar é o amor ao meu trabalho e aos clientes. Sei que independente da quantidade, sempre vai ter alguém contando comigo para fazer uma refeição”, comenta. Moradora da comunidade do Pilar, a tapioqueira começou a vender na porta de casa outras mercadorias, como milho cozido, para complementar a renda. “O segredo é não desistir. Sempre acredito no amanhã e tenho esperança que tudo vai se resolver”, fala com o sorriso no rosto de quem tem a certeza que vai vencer mais um desafio.

Em meios a tantos percalços e incertezas, o presidente da Associação Comercial de Pernambuco (ACP), Tiago Carneiro, aposta em um projeto de ressignificação do Recife Antigo para mudar a realidade da região e de quem depende dela para sobreviver. Aumento da população residente, ampliação e dinamização dos usos existentes e adoção de conceitos urbanos sustentáveis devem servir de suporte para dar um novo sentido ao bairro. Entre os objetivos do projeto está a criação de uma intervenção inclusiva com oportunidades para todos os grupos socioeconômicos, atração de uma ampla gama de faixas etárias e estilos de vida para o coração da cidade, além do resgate do patrimônio histórico e aumento de áreas verdes.

Tiago Carneiro explica que a ideia é fazer uma espécie de hackathon, ou seja, um evento no qual os participantes poderão debater, criar e apresentar soluções específicas para um ou vários desafios. “Vai ser um chamamento público. A ideia é que a gente lance o edital informando quais as condições mínimas de cada projeto e a gente vai abrir o edital. A intenção é abrir para o maior número de participantes possível e trazer empresas do Brasil todo, quem sabe até de outros países, com soluções novas ou testadas em outros lugares, que possam ser usadas no Bairro do Recife. É preciso ter uma diversidade de soluções porque existe uma diversidade de problemas”, explica.

O presidente da ACP ressalta que também seria interessante haver incentivos fiscais para que empresas dos mais diversos segmentos pudessem se instalar na região. “A gente não quer isenção, mas um incentivo que valha a pena um empreendedor sair de outras áreas da cidade, como a zona norte ou sul, e vir para o Bairro do Recife”, acrescenta. Tiago Carneiro afirma que é preciso enxergar o Bairro do Recife como um grande empreendimento a céu aberto. “A pandemia acelerou o processo de desocupação do bairro. Muitas empresas passaram a fazer o trabalho remoto. A gente vê que outros locais sofreram, mas contaram com ações coordenadas estratégicas e estão conseguindo superar esse período de forma menos traumática”, comenta.

Leia mais no Folha de Pernambuco

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