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Os impactos da Covid-19 na indústria em Pernambuco

22 abr 2020|Postado em:RECIFE, Uncategorized

Câmaras Setoriais: reuniões virtuais avaliam impactos da Covid-19 no estado

 

Representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, da AD Diper e dos sete colegiados instalados trocam informações sobre a realidade vivida por cada grupo. As conversas acontecem por meio de videoconferências. 

 

Recife, 20/04/2020 – As Câmaras Setoriais passaram a ter um novo propósito com a pandemia da Covid-19. Importante fonte de interlocução e de alinhamento entre o Governo de Pernambuco e os principais setores produtivos e, os grupos discutem, agora, como ajudar cada setor diante da atual situação econômica e humanitária. Os encontros estão acontecendo de forma remota com os presidentes de sete câmaras, por meio de videoconferências, sendo coordenadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Sdec), por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). As pautas emergenciais das Câmaras Têxtil e Confecções; Leite e Derivados; Sucroalcooleiro; Avicultura; Audiovisual; Ovinocaprinocultura e Gesso já foram levantadas.

De acordo com o presidente da AD Diper, Roberto Abreu, o momento é de aproximação e alinhamento de discurso. “Estamos mantendo o contato permanente e aberto com a classe empresarial e com os agentes econômicos. É um momento de troca fundamental para que todos saibam como está sendo o impacto do coronavírus em cada setor produtivo”, esclarece.

Um dos resultados já vistos pela sociedade e intermediado, também, com o apoio dos entes das câmaras setoriais é o caso do polo têxtil e de confecções. No início de abril, as empresas do polo receberam o incentivo do Governo do Estado, para que as empresas passassem a confeccionar Equipamentos de Proteção Individual, como batas, máscaras e protetores para os pés, para as empresas do segmento promoverem a adaptação necessária. Cerca de 50 empresas já estão com suas linhas de produção na ativa.

A ação é dividida em três eixos: apoio técnico, com fornecimento de manuais para produção e de selo de certificação para atestar a conformidade dos novos produtos desenvolvidos pelo Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco (NTCPE); suporte financeiro, com linha de crédito especial no valor de R$ 6 milhões disponibilizada pelo Governo do Estado por meio da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), garantindo a compra de insumos e cobrir estoques para a nova produção.

A estimativa inicial é que o polo produza cerca de 1 milhão de unidades de máscaras para abastecer a população do Estado em pontos de venda físicos, como supermercados e farmácias. Além de aproximar o setor fabril das empresas do varejo, o Governo do Estado por meio da AD Diper já encomendou 200 mil unidades desse tipo para abastecer os servidores que continuam trabalhando, diariamente, em contato com o público.

Já segundo o presidente da Câmara Setorial da Avicultura, Josimário Florêncio, a cadeia está produzindo bem e tem mantido boa demanda de pedidos, já que o consumo de ovos e aves é intenso. “Tomamos todas as providências sanitárias necessárias, além de proibir visitas nas granjas e exigir a utilização de todo o equipamento de segurança para nossos colaboradores. De forma prática, nossa luta é pensando no longo prazo, quando precisaremos conquistar os incentivos sobre os insumos, sendo o principal fator de gastos na criação dos animais”, relata. De acordo com dados da Associação Avícola de Pernambuco (AVIPE), o estado é o 4º maior produtor do Brasil e maior do Nordeste, entregando mais de 12 milhões de ovos por dia e 14 milhões de frango por mês aos consumidores. O setor gera mais de 160 mil empregos diretos e indiretos, espalhados em 120 cidades no estado.

Apesar dos bons números, Florêncio alerta para a queda no consumo de codornas, o que vem preocupando os empresários do setor. “Os distribuidores relatam queda de 90% nas vendas e no faturamento. Por ser um petisco, na hora da escolha no supermercado as pessoas acabam escolhendo outro produto. Nosso receio é que os produtores acabem fechando as portas”, detalhou.

Outro segmento impactado pela atual conjuntura é o sucroalcooleiro. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de PE (Sindaçúcar) e presidente da Câmara Setorial Renato Cunha, o segmento é essencial para a economia, pois produz importantes fontes de consumo da população como o açúcar e o etanol. A maior preocupação do setor, no momento, segundo Cunha é com a demanda de compra dos produtos que caíram significativamente.

“Sem dúvida, o mercado interno não está tão aquecido. Estamos diante de um freio no consumo, mas acreditamos que isto não deve perdurar, até porque se trata de um produto com preços bem acessíveis”, detalha. Ele ainda pontua. “Na câmara nosso diálogo é franco e construtivo. Elencamos os possíveis pontos que podem ser analisados pelo Governo para que possam ajudar atenuando essa dificuldade de competitividade e consumo”, reforça.

Já o polo gesseiro tem sentido de forma mais intensa os impactos da pandemia. Com mais de 14 mil trabalhadores atingidos o setor busca apoios e medidas para o pequeno produtor. De acordo com a presidente da Câmara Setorial do Gesso, Ceissa Campos, a iniciativa do governo de consultar os principais setores é imprescindível para entender a realidade atual do estado. “O setor gesseiro já vinha passando por grande dificuldade devido à crise econômica e agora se agravou. Estamos com muitos empresários com dificuldade de realizar suas atividades. Grande parte do produto é destinada para São Paulo e outras regiões do Brasil que estão sendo fortemente impactadas. Estamos vendo junto à AD Diper e a Agência de Empreendedorismo (AGE) uma forma de conceder empréstimos para os pequenos produtores. Essas pequenas empresas precisam de recursos para o capital de giro”, detalha.

Segundo Abreu, além de uma prestação de contas das ações do Governo as reuniões também servem para avaliar o melhor momento para a volta das atividades. ”Estamos relatando todas as ações que o Estado tem feito no combate a epidemia desde a parte sanitária (com a montagem da estrutura de leitos de enfermaria, UTI e compra de equipamentos), até a importância das medidas de isolamento. Também começamos a coletar subsídios, informações e sugestões dos empresários em relação a melhor forma que o governo poderá começar a reduzir esse isolamento”, adianta.

Colaboração da Assessoria de Imprensa

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