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Fatos da história com registro do jornalista Evaldo Costa sobre a “greve de jornalistas” em 1990
26 jun 2021|Postado em:Artigo
JORNALISTAS, RADIALISTAS E GRÁFICOS FAZEM GREVE E O RECIFE FICA 14 DIAS “VOANDO”
Em junho de 1990, todo mundo no Recife “voava”, totalmente alheio ao que acontecia, porque uma greve de jornalistas, gráficos e radialistas paralisou a mídia local.
Foram 14 dias sem que os jornais diários circulassem e com emissoras de rádio e televisão colocando no ar programas jornalísticos de faz de conta.
As empresas que mandaram profissionais cobrir a Copa do Mundo de 1990, na Itália, ficaram sem matérias e sem ter onde publicá-las.
(Não procure saber como o Recife reagiu à derrota da seleção brasileira de Dunga pela Argentina de Maradona. Não há registros na mídia pernambucana)
O movimento exigia 187% de reposição salarial. Isso mesmo: 187%!
O percentual extravagante e a adesão quase unânime ao movimento tinham a ver com a tremenda crise econômica da época.
Sarney deixara o Planalto para Collor em meio a uma hiperinflação que devorava a renda e a qualidade de vida dos brasileiros.
Mesmo sendo reajustados todos os meses, graças aos “gatilhos” indexados, os salários perdiam feio a corrida contra uma inflação que chegou a 84% ao mês!…
A greve da comunicação pernambucana fazia sentido, mas, como era inédita, surpreendeu.
As direções chamaram e a polícia baixou os cassetetes sem dó para dispersar os piquetes. Houve sangue (pouco), suor e lágrimas, mas não adiantou. As redações continuaram vazias.
O assunto foi levado ao pleno do Tribunal Regional do Trabalho, que deu ganho de causa aos trabalhadores.
Ganhamos? Sim! Mas não levamos. Em Brasília, o TST anulou o reajuste.
O arrocho continuou e até se agravou depois que Collor e Zélia Cardoso de Mello cortaram zeros, criaram a moeda Cruzado e confiscaram o saldo bancário de quem tinha.
PS.: A foto que vc vê é uma reprodução do vídeo “O 14”, de Amin Stepple e Marcos Cirano.
Texto do jornalista Evaldo Costa
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