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Pesquisadores da UFRPE descobrem a perereca Tapacurá, espécie de anfíbio que só existe em Pernambuco

19 ago 2021|Postado em:Notícias, RECIFE

Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) descobriram e registraram uma nova espécie de anfíbio encontrada somente na Estação Ecológica do Tapacurá, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Segundo a instituição, o animal, uma perereca, tem um canto, aparência e genética diferentes de qualquer outro no mundo.

O anfíbio foi descoberto em 2020, em plena pandemia de Covid-19. A descoberta foi reconhecida no fim de julho de 2021, na revista internacional Plos One.

A nova espécie pertencente ao gênero Dendropsophus e, por causa do local em que foi achado, a Estação Tapacurá, foi batizado de Dendropsophus tapacurensis sp. nov.

De acordo com o professor Geraldo Moura, coordenador do Laboratório de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos de Pernambuco (LEHP) da UFRPE, a perereca Tapacurá tem o tamanho aproximado de um polegar humano.

Perereca Tapacurá existe apenas em São Lourenço da Mata, no Grande Recife — Foto: UFRPE/Divulgação

Perereca Tapacurá existe apenas em São Lourenço da Mata, no Grande Recife — Foto: UFRPE/Divulgação

A descoberta foi feita quando o pesquisador acompanhava estudantes de mestrado e doutorado em coletas na estação ecológica que fica perto de uma represa de água.

“Me deparei com um canto novo, diferente. Não era conhecido. Pedi ajuda, nos mobilizamos e encontramos esse animal. Peguei as medidas dele e nem a forma do corpo nem o canto eram semelhantes aos outros. Sacrifiquei o animal, peguei o fígado, rodei o DNA. O canto, morfologia e genética são diferentes”, afirmou Geraldo Moura.

 

A espécie descoberta come pequenos insetos e se reproduz no início da estação chuvosa. Os anfíbios ficam, geralmente, nas plantas a até um metro de altura da água.

Ainda não há informações sobre a forma como eles se alimentam, se reproduzem, bem como aspectos parasitológicos.

A revista em que o artigo com o registro da nova espécie foi publicado tem o maior nível entre os estratos de prestígio científico.

Por causa disso, os pesquisadores consideram o feito uma vitória para a ciência nacional. O resultado foi disponibilizado na internet.

Assinam a descoberta, com Geraldo Moura, os pesquisadores Ariovaldo Antônio Giaretta, Bernardo Franco da Veiga Teixeira, Clara Ribeiro Porto, Felipe de Medeiros Magalhães, Francisco Péricles Branco Bahiense Guimarães, Moacir Santos Tinôco e Rogério Ferreira de Oliveira.

“A gente só consegue registrar em revistas desse tipo quando temos os três elementos, canto, morfologia e genética. Toda essa região de Pernambuco é extremamente visitada, e ela ocorre exclusivamente em Tapacurá. Essa conquista em meio à pandemia e na falta de investimento na ciência é uma vitória”, declarou Geraldo Moura.

Fonte: G1 PE

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