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Rádio Folha FM leva ao ar a peça “Um Certo Delmiro Gouveia”

3 set 2021|Postado em:RECIFE

Foto: Felipe Ribeiro

Peça de autoria de Moisés Monteiro de Melo Neto trás os últimos dias da vida do pioneiro da industrialização do Nordeste

No espaço do Rádioteatro desta semana da Rádio Folha FM 96,7 a peça teatral, adaptada para o Rádio, “UM CERTO DELMIRO GOUVEIA”, de autoria do autor e diretor teatral, Moisés Monteiro de Melo Neto. A peça conta a história de Delmiro Gouveia, assassinado em 1917, considerado o pioneiro da industrialização do Nordeste, e responsável pela hidroelétrica de Paulo Afonso. A narração traça um painel do que teriam sido os últimos dias de Delmiro, um dos maiores empresários do Brasil, na época. Visionário trouxe a industrialização para a região e conseguiu ser odiado por muitos poderosos da época.  No texto o autor aborda sua fama de mulherengo e trata dos seus problemas com as autoridades. Com o texto Moisés Neto ganhou Prêmio de Dramaturgia do Governo de Pernambuco, no final dos anos 80, quando foi escrita. Esta foi uma das primeiras produções de radioteatro da Folha FM, em 2016, que é reprisada esta semana. Você pode acompanhar nesta sexta-feira (03), às 17h; nesse sábado (04), Às 10h e no domingo (5) às 11h. Pode acompanhar pelo dial da emissora 96,7 FM, pela internet no radiofolhape e ainda quando você puder, pelo podcasta folhape/rádioteatro, nas plataformas Soundcloud, Spotify e Deezer.

Elenco

No elenco estão o comunicador Jota Ferreira, no papel de Delmiro; a âncora Patrícia Breda, que interpreta dois papéis: a segunda mulher de Delmiro, Eulina,  e Carmem, uma amante do empresário; Marise Rodrigues, no papel de Maria Augusta, irmã de Delmiro; o repórter Geraldo Moreira, faz o papel do Governador (um inescrupuloso político nordestino).Os jornalistas convidados Fernando Alvarenga, no papel do norte-americano Mister Moore; Jorge Neto, dando voz ao prepotente representante inglês da firma Machine Cotton, Jonh, (que comprou e destruiu a fábrica de Delmiro após o seu assassinato); e o autor da peça, Moisés Neto, nos papéis de Dantas Barreto e do judeu Iona, sócio de Delmiro. A sonoplastia está a cargo de Anderson Ricardo.

Trajetória

O pai de Delmiro Gouveia lutou como voluntário na Guerra do Paraguai e não mais voltou, a mãe dele foi para o Recife e depois da humilhação imposta pela família dele, com quem ela não era oficialmente casada, ela morreu quando ele tinha quinze anos. Delmiro foi condutor e bilheteiro da Maxambomba, o bonde que ia de Apipucos para o Recife. Entrou para o comércio de couro e foi trabalhar para o americano John Sanford, intermediário de um curtume da Filadélfia, que se instalou no Recife.

Aprendeu inglês e se tornou o melhor empregado do curtume, aí assumiu a gerência da filial, mas a empresa terminou fechando. Foi para Filadélfia, comprou as instalações do escritório e em 1895, voltou ao Recife como patrão. E em 1898, instalou o Mercado Modelo no terreno que comprou ao Derby Club(onde hoje é o quartel do Comando da PM). Mandou erguer um palacete perto do mercado e morava nele com a primeira esposa, que o abanou.

Mas o poder político em Pernambuco estava nas mãos de Rosa e Silva, vice-presidente da República e Delmiro, que promoveu reformas urbanas em Recife e se tornou conhecido no Brasil, era visto como ameaça aos grandes interesses da elite local por seu atrevimento. Apreendiam as mercadorias dele e o ameaçavam de morte; então, no dia 2 de janeiro de 1900, seu mercado é incendiado e reduzido a cinzas. Foi preso, por ter agredido o vice-presidente, Rosa e Silva. No dia seguinte um habeas corpus restituiu sua liberdade.Voltou ao comércio de couro e abriu nova firma a Iona & Krause.

Foi 1902, que fugiu com Eulina, Carmélia Eulina do Amaral Gusmão, protegida de um importante político local. Teve três filhos, Noêmia, Noé e Maria. Em 1913, inaugurou a primeira Usina Hidrelétrica do Brasil (Paulo Afonso e uma fábrica de linhas e fios, a Estrela, que desbancou uma multinacional na América Latina, a Linhas Corrente, com uma vila operária invejável e pretendia expandir os negócios. Foi assassinado em outubro de 1917; crime envolvido em muitas intrigas, mistérios e nunca esclarecido.

Fonte: Folha de Pernambuco

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