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Portugal exige passaporte da imunidade em restaurantes e hotéis: brasileiros surpresos

12 jul 2021|Postado em:Notícias

 

Clientes na área externa de um restaurante no Porto: exigência não abrange mesas ao ar livre | Violeta Santos Moura/Reuters

Portugal vai exigir o Certificado Digital Covid-19 (CDC), o passaporte da imunidade, para permitir a entrada em restaurantes e cafés. A medida também passa a valer para acesso aos hotéis e alojamentos turísticos.

A restrição começa na sexta-feira, às 19h, e ficará em vigor nos finais de semana e feriados. É uma tentativa de conter a escalada de casos nesta quarta onda de Covid-19 no país.

Como alternativa ao CDC, que só é emitido com a vacinação completa ou comprovação de recuperação de infecção por Covid-19, será aceita a apresentação de um teste negativo.

As exigências são válidas para refeições na parte interna dos restaurantes e não abrangem áreas ao livre, como as varandas e as mesas nas calçadas, muito concorridas no verão português.

Para os hotéis e alojamentos, as medidas valem para todo o território continental, sem exceção.

E serão aplicadas nos restaurantes em 60 municípios considerados de risco elevado ou muito elevado de transmissão, onde estão incluídas as principais cidades, Lisboa e Porto, e os destinos turísticos mais procurados do Algarve.

Os empresários brasileiros do setor não esperavam pela medida. Surpreendidos ao serem informados pelo Portugal Giro, parte deles e pediu um tempo para entender melhor e rever o planejamento antes de comentar.

Sócio da rede Casa Guedes, Leonardo Bevilácqua já fez as contas do impacto e criticou, apesar de entender a necessidade de conter a quarta onda.

– Recebemos a notícia como um banho de água fria, porque estávamos na fase final de preparação para o verão, com contratação de pessoal e algumas inovações de produtos. Por outro lado, entendemos que é o momento de todos contribuirmos para chegarmos na imunidade de grupo que, agora, deve acontecer em setembro. Como temos 65% dos nossos lugares sentados ao ar livre, vamos ser impactados em 35% da nossa capacidade, que é muito – disse Bevilácqua.

O empresário não acredita que os consumidores façam o teste e alertou para o fato de a vacinação completa não ter alcançado metade da população:

– Acreditamos que o público local não fará o teste, apenas os turistas em função da obrigatoriedade nas viagens. Esperamos que o plano de vacinação siga acelerado para que essa medida deixe de ser uma restrição e passe a ser apenas um protocolo de entrada para que todos possam ter acesso.

O cliente que desobedecer poderá ser multado em até € 500 (R$ 3,1 mil), enquanto o restaurante paga no máximo € 2 mil (R$ 12,4 mil) pela desobediência.

Até o começo desta quinta-feira, Portugal havia emitido 1,65 milhões de certificados digitais, menos de 2% da população.

Além dos testes laboratoriais feitos com antecedência, serão aceitos testes rápidos realizados e verificados nas portas dos estabelecimentos, onde serão vendidos.

Após o Conselho de Ministros que decidiu pela medida, a ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva disse que estes instrumentos são a única maneira de controlar a pandemia sem limitar duas das atividades econômicas mais castigadas nas quarentenas.

– Durante muito tempo, o único instrumento era a forte limitação ou o encerramento de atividades econômicas. Hoje, temos outras condições para garantir segurança sem as mesmas restrições – disse Vieira.

Enquanto o restante da Europa começa a afrouxar ainda mais as medidas de contenção da pandemia, Portugal é hoje o país com mais restrições, segundo índice da Universidade de Oxford (Stringency Index, em inglês).

Ainda está em vigor o recolhimento obrigatório noturno, com início às 23h. O uso de máscara é obrigatório até setembro, assim como o trabalho remoto em municípios de risco. Ainda vigoram limitações de convívio social em eventos, viagens e restaurantes.

Nesta quinta-feira, o país registrou 3.269 novos casos, maior número desde fevereiro. A média diária de casos subiu 54% na última semana. E houve nove mortes nas últimas 24 horas. Há três meses não eram computados tantos óbitos diários. Pouco menos de 40% da população está totalmente vacinada.

Fonte: O GLOBO

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