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As perspectivas do turismo no Recife

24 fev 2021|Postado em:RECIFE

 

Eduarda Hackel Vieira, do Inspiração Invest e a secretária Cacau de Paula -Divulgação

 

A convidada desta semana da Folha Finanças é a secretária de Turismo e Lazer do Recife, Cacau de Paula. Ela foi convidada por Eduarda Haeckel Vieira, do Inspiração Invest, parceiro do Blog, publicitária com MBA em marketing e cofundadora da Editora Inspiração.

Na conversa, a secretária fala sobre os desafios que o setor de turismo enfrenta ao longo da pandemia, expectativas para os próximos meses de pandemia, além dos impactos econômicos pela não realização do Carnaval. Na entrevista ela fala ainda sobre investimentos que são feitos como medida de evitar prejuízos financeiros ao segmento.  

Cacau de Paula é formada em comunicação social com habilitação em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), e tem MBA em Gestão de Marketing e Vendas pela Cedepe Business School. A atual secretária atuou ainda como gestora de Promoção Turística da Prefeitura do Recife, diretora comercial da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), além de gerente de captação de Eventos Internacionais do Recife Convention & Visitors Bureau.

Confia a entrevista com Cacau de Paula a seguir.

Diante das dificuldades da pandemia do novo coronavírus, qual a perspectiva para o turismo no ano de 2021?

O setor do turismo foi um dos mais afetados pela pandemia provocada pelo novo coronavírus. E, como já sabemos, será uma das últimas áreas a retornar suas atividades por completo. A pausa nas viagens foi essencial para o controle da disseminação da Covid-19, mas estamos vivendo uma retomada gradual. O turismo vive de expectativa e a nossa para 2021 é positiva. Apesar de sabermos que a cautela é essencial, temos uma perspectiva muito boa quando observamos as campanhas de vacinação avançando na nossa cidade. Sabemos que o crescimento do turismo está ligado à evolução das campanhas de vacinação, que é prioridade da gestão da Prefeitura do Recife.

O turista não viaja se não se sentir seguro e a incerteza deixa parte do setor comprometida. Por isso, sentimos um crescimento e procura muito grande no turismo interno, um turismo onde as pessoas estão se deslocando para a nossa cidade vindas de estados vizinhos, como Paraíba e Alagoas. E é importante ressaltar que a pandemia nos trouxe ainda mais expectativa sobre o nosso potencial turístico de lazer. Nossos hotéis estão preparados para receber os visitantes, seguindo todos os protocolos sanitários impostos pela pandemia. O mesmo vale para os nossos equipamentos culturais e de lazer, como museus e espaços a céu aberto.

Com relação ao turismo internacional, vivemos hoje a expectativa da criação de uma nova política a partir das campanhas de vacinação que estão acontecendo no Brasil e no mundo. Somente após este momento tão importante poderemos traçar novas expectativas. Neste momento, muitas fronteiras seguem fechadas.

Falando sobre o setor de hotelaria, um dos mais afetados, qual a expectativa de recuperação desse segmento no Recife?

O setor da hotelaria foi um dos mais prejudicados e tem vivido os seus piores anos desde a sua existência, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (Abih-PE). Os hotéis têm vivido o retorno dos hóspedes de forma gradual desde agosto do ano passado, ficando ainda mais fortalecida nos dois primeiros meses de 2021. Exemplo disso é que, mesmo em um ano atípico, o Recife registrou ocupação hoteleira em 55% no período que representa o Carnaval.

Cientes das dificuldades do setor, nós da Secretaria de Turismo e Lazer do Recife implementamos campanhas virtuais incentivando o turismo na cidade. A mais recente, que aconteceu neste período de não folia, foi “Recife Tá ON”, divulgando as atividades e atrativos turísticos da cidade.

Vale ressaltar que a perspectiva do setor hoteleiro também está ligada à evolução da pandemia. A Prefeitura do Recife aplicou, até o último dia 16 de fevereiro, quase 65 mil doses da vacina contra a covid-19. Desse total, 5.786 já receberam a segunda dose, concluindo, assim, o esquema vacinal. O turismo é uma atividade que vive de expectativa e os avanços da cidade nas Campanhas de Vacinação realizada pela Prefeitura do Recife deixa o setor mais esperançoso.

Muitos países, inclusive o Brasil, estão voltando a investir no turismo. O turismo interno está bastante aquecido. Como você vê esse movimento? Como Recife vem se preparando para receber esses turistas?

A pandemia trouxe novas realidades para todas as áreas e não foi diferente para o turismo, que agora tem sido trabalhado de forma diferente. Ficou mais que evidente a valorização das viagens internas e por isso intensificamos as campanhas que fortalecem o turismo interno. Recife, por sua importância econômica e localização geográfica, era um destino mais voltado para os negócios e eventos. Agora, percebemos uma alta procura para o turismo de lazer. E percebendo essas novas tendências de consumo, estamos intensificando as nossas campanhas com este olhar.

Na Prefeitura do Recife, a nossa proposta é fortalecer a cidade e os equipamentos que já temos para receber o turista para o lazer, para que ele saiba o que fazer na nossa cidade, onde comer, onde e qual passeio pode fazer.

Aqui, temos opções de passeios para todos os gostos e idades, passeios em família e em casal. Uma das nossas plataformas disponíveis é o perfil no Instagram @visitrecife, que o turista pode ter um gostinho do que vai encontrar por aqui. No portal do turismo, o visit.recife.br, também disponibilizamos uma série de opções de roteiros e atividades, com alternativas ao ar livre ou em equipamentos turísticos que estão seguindo à risca os protocolos sanitários impostos pela pandemia.

O Aeroporto do Recife tem se destacado com o fluxo de passageiros. Como está sendo essa retomada?

Mesmo em um ano atípico como o de 2020, Recife registrou um fluxo de passageiros de 4,7 milhões de pessoas, segundo dados da Aena Brasil, empresa responsável pela administração do Aeroporto Internacional do Recife – Gilberto Freyre. Com o resultado alcançado em dezembro, o Aeroporto do Recife fechou o balanço de 2020 no topo da região Nordeste, superando Fortaleza e Natal.

Um dado importante a que tivemos acesso também é que a Capital ganhou espaço no ranking de cidades preferidas para viagens futuras, com relação a voos domésticos, realizado pela empresa espanhola especializada em big data Forward Keys. O Recife está numa lista de cinco destinos considerados tendências. Além disso, outro ponto positivo foi que o Aeroporto se mostrou o mais resiliente entre os aeroportos brasileiros quando comparado os meses de janeiro a março de 2020 com a previsão para 2021.

Recife e Olinda são cidades que têm grande tradição na folia e trabalhadores de diversos setores que dependem da movimentação comercial gerada pelo turismo e pelo consumo do Carnaval. Em 2021 vimos o cancelamento da festividade. Quais medidas a Secretaria de Turismo planejou para minimizar o prejuízo?

Sabemos que o Carnaval é o nosso principal evento turístico e é uma pauta que trabalhamos em parceria com outras secretarias municipais, em especial a Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura. Diante do cenário da pandemia, a Prefeitura do Recife formulou uma série de ações para o período de não-folia e uma delas foi a criação do Auxílio Municipal Emergencial (AME), que foi aprovado na Câmara dos Vereadores do Recife e sancionado pelo prefeito João Campos na última terça-feira (16).

O benefício, criado para amparar a cadeia produtiva e criativa da cultura, uma das mais impactadas pela pandemia e pela necessidade de suspensão de eventos e aglomerações, em função de protocolos sanitários urgentes, vai assegurar R$ 4 milhões para agremiações a atrações que se apresentaram na programação montada pela Prefeitura para celebrar o Carnaval do ano passado.

O auxílio emergencial será pago pela Prefeitura do Recife, com apoio da iniciativa privada. A Ambev, patrocinadora master dos ciclos festivos da cidade, integra a estratégia de preservação do patrimônio cultural do povo recifense nestes desafiadores tempos de ruas silenciadas pela pandemia, com aporte de R$ 1,5 milhão. Cerca de 160 agremiações e 900 atrações artísticas, entre cantores, bandas e orquestras, estão aptas a receber o benefício, totalizando mais de 27 mil pessoas. O AME equivale a 50% do valor unitário de cachê, para atrações artísticas, ou de subvenção, para agremiações, tendo por base o Carnaval de 2020, respeitando um teto de R$ 10 mil para cada pagamento. Nenhuma contrapartida obrigatória será exigida aos contemplados pelos recursos.

Especificamente em relação ao segmento do turismo, realizamos a campanha de redes sociais “Recife tá ON”, mostrando que estamos prontos para receber os turistas. Reforçamos o festival gastronômico promovido pela Associação de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE) que ofertou 10% de desconto em pratos especiais de restaurantes participantes e ainda contamos com a ocupação hoteleira em 55%, segundo a ABIH-PE.

Como a não realização do Carnaval impactará no orçamento de 2021?

O Carnaval gera uma movimentação econômica importante na cidade. O impacto é sentido na rede hoteleira, nas atrações culturais, nos taxistas e em toda uma cadeia que trabalha com o entretenimento. Mas o momento é de focar na vacinação e, consequentemente, o retorno gradual das atividades. Temos certeza que, em breve, poderemos retomar as atividades ligadas à cultura e minimizar os impactos financeiros da economia.

Ainda falta 1 ano, mas como se dá a expectativa para o Carnaval de 2022?

Temos uma expectativa altíssima para o Carnaval de 2022. Nossa perspectiva é de fazer uma festa grandiosa e inesquecível, mas todas essas previsões dependem também da evolução da pandemia decorrente do novo coronavírus. Somente com uma ampla cobertura de vacinação poderemos voltar a realizar grandes eventos como o Carnaval.

Recife é uma cidade de grande riqueza natural e também cultural. Fale um pouco sobre os roteiros turísticos disponíveis aqui em Recife. O que o turista pode esperar ao visitar a cidade?

Recife é uma capital completa. Oferecemos praia, rios, cultura, museus (a exemplo do Instituto Ricardo Brennand, Oficina Brennand, Paço do Frevo, Cais do Sertão e tantos outros) e atividades ao ar livre diversas, com nossos projetos, praças e parques. Temos também uma vasta opção de passeios, sejam eles temáticos (religioso, náutico) ou livres. O Recife também é referência nacional para o turismo criativo, em que o cidadão pode experienciar a cultura da cidade – como o que acontece na Ilha de Deus, onde o visitante pode participar desde a pesca do marisco à produção da mariscada que ele vai consumir no bistrô da chef Negralinda. Um diferencial dos passeios e opções de lazer propostas no Recife é que são roteiros em que é possível de serem realizados em grupos pequenos, obedecendo aos protocolos sanitários impostos pela pandemia. Recife soube trabalhar bem em cima das medidas restritivas e vem dando exemplo de um turismo seguro e seguindo os protocolos.

 

 Folha Finanças, com colaboração de Inspiração Invest

Fonte: Folha de Pernambuco

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