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Boneco gigante homenageia Paulo Freire, patrono da educação brasileira

30 ago 2021|Postado em:Notícias

O educador pernambucano Paulo Freire ganhou uma versão em boneco gigante de Olinda. A homenagem foi feita em comemoração ao centenário de nascimento do patrono da educação brasileira, que ocorre no dia 19 de setembro. Nesta segunda-feira (30), a alegoria foi apresentada na abertura do semestre letivo da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

O boneco, construído pela Casa dos Bonecos Gigantes e Mirins de Olinda, pesa 13 quilos e tem 2,1 metros no chão e 3,8 metros de pé. Um primeiro esboço foi feito em barro e argila e, posteriormente, a alegoria foi moldada em fibra de vidro. Cabelo, barba e óculos foram reproduzidos.

A cerimônia de apresentação do boneco ocorreu no Salão Nobre da UFRPE, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. Devido à pandemia da Covid-19, os estudantes participaram da cerimônia por meio da internet. Estiveram presentes professores e outros representantes da universidade.

A professora e doutora em educação Ana Maria Araújo Freire, viúva de Paulo, participou da cerimônia de forma virtual. Morando em São Paulo, ela enviou um vídeo falando sobre a felicidade de celebrar o centenário do marido com um boneco de Olinda.

“Me tomo de uma alegria maior quando fico sabendo que esse boneco gigante é gigante mesmo, muito maior que os outros, e que será carregado por um menino que vive na região e estuda na UFRPE. Fico muito honrada. Com a participação de toda comunidade. Isso era uma coisa muito importante para Paulo. Acho uma ideia genial”, afirmou.

Um dos idealizadores do boneco foi o produtor cultural André Vasconcelos. Segundo ele, o trabalho de construção da alegoria durou cerca de três meses, mas a pesquisa dos aspectos físicos do patrono da Educação começou um ano antes. Ao menos cinco pessoas trabalharam na produção.

“Foi um dos bonecos mais especiais que fizemos, porque Paulo Freire é um pernambucano, é patrono da educação e uma das pessoas que mais batalharam pela nossa educação. Demorou bastante porque tinha muitos detalhes a serem trabalhados. A barba, os retoques do rosto, tudo demandou muito tempo”, declarou o bonequeiro.

Na UFRPE, quem coordena as atividades em celebração ao centenário de Paulo Freire é o professor Moisés Santana, pró-reitor de Extensão, Cultura e Cidadania. Para ele, que foi aluno do educador pernambucano em seu último ano de vida, o pensamento do patrono da Educação segue presente em diferentes campos de atuação.

“O legado dele está presente no mundo inteiro, existem cátedras no mundo inteiro para estudar Paulo Freire. O estudo dele é muito vinculado aos processos culturais do Brasil e de Pernambuco. Fazer com que ele virasse um boneco gigante é uma forma de manter vivo e recriado o pensamento dele. É uma forma de enraizá-lo ainda mais”, disse o professor.

Quem carregou o boneco de Paulo Freire foi o estudante Otoniel Marinho, de 22 anos, graduando do curso de Ciências Biológicas na UFRPE. Morador de Nova Descoberta, periferia da Zona Norte do Recife, ele estudou em escola pública no ensino médio e participou do curso preparatório para o vestibular da própria universidade.

Por sua trajetória com educação pública, segundo Marinho, carregar Paulo Freire nos ombros foi uma experiência indescritível. “Ele moldou a educação brasileira. Mostrou para o mundo que tudo é possível com a educação. Caminhar com Paulo Freire, simbólica e fisicamente, é uma honra”, disse o jovem.

Reitor da UFRPE, o professor Marcelo Carneiro Leão afirmou que, quando se trata de educação, é impossível não pensar no legado de Paulo Freire. Ele lembrou a importância do investimento na ciência para superar as crises pelas quais passa a sociedade.

“Nenhum país do mundo, nenhuma sociedade, avançada, nem reduzirá a desigualdade social sem investimento em educação, ciência e tecnologia. Isso não é opinião, o que é muito importante num estado democrático de direito, mas quando falo que esses são os únicos caminhos, falo baseado na história da humanidade”, declarou o reitor.

“Trazer o pensamento de Freire nesta discussão é ainda mais importante, porque precisamos repensar a forma que estamos atuando como seres humanos na sociedade”, disse Carneiro Leão.

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